As intensas chuvas que assolaram Salvador desde a última semana provocaram danos significativos na Rua Teodoro Sampaio, no Vale das Pedrinhas. Moradores da localidade testemunham que nunca haviam enfrentado alagamentos de tal magnitude e apontam que a situação se agravou com o início de uma obra na região.
“Esta tragédia era previsível”, declara Jessica Lopes, residente da rua há 15 anos. Ela relata que a água adentrou sua residência por múltiplos acessos, inclusive pelo vaso sanitário e pelo quintal. “Perdi todas as minhas conquistas com muito esforço”, desabafa emocionada. “Duas geladeiras pararam de funcionar, o armário da cozinha desabou e meus instrumentos de trabalho foram danificados.”
Jessica não está sozinha nessa situação. Vários outros moradores da rua também sofreram perdas significativas de móveis, eletrodomésticos e outros bens materiais. “A água chegou à altura da cintura”, relata Ana Claudia, outra residente local. “É devastador ver tudo o que você construiu ser arruinado em questão de minutos.” Ela expressa desânimo e afirma que não sente vontade de investir mais em sua residência.
“A obra reduziu a capacidade de escoamento da água e agora a rua alaga com extrema facilidade”, explica Paulo Ribeiro, morador da Rua Teodoro Sampaio desde a década de 80. Ele relata que a situação se deteriorou após o início da intervenção e que já enfrentou prejuízos com perda de móveis e eletrodomésticos em ocasiões anteriores. “Um dos moradores faleceu devido a doenças ocasionadas pela água contaminada”, lamenta.
A Coordenação de Defesa Civil de Salvador (Codesal) esteve presente no local para realizar vistorias e informar os moradores sobre seus direitos. No entanto, muitos permanecem incertos sobre como serão ressarcidos pelos danos sofridos. “Sabemos que jamais recuperaremos o que perdemos”, observa Jessica. “Mas exigimos que os responsáveis pela obra e as autoridades públicas assumam a responsabilidade por esta situação.”
Os moradores da Rua Teodoro Sampaio clamam por uma solução imediata para o problema dos alagamentos. Eles demandam a suspensão das obras, a condução de um estudo técnico para identificar as causas do problema e a reparação dos danos causados pelas chuvas.
“Não queremos mais viver sob o receio de perder tudo a cada tempestade”, ressalta Jessica. “Desejamos uma vida com dignidade e segurança.”
