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Servidora pública, moradora do Vale das Pedrinhas, desabafa: “Sofri muito preconceito por ser de classe humilde”

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Alexsandra Santos, 45 anos, servidora estadual, casada sem filhos, nascida e criada no Vale das Pedrinhas, teve uma vida difícil e assim como todos que vieram de família humilde, teve sua infância precocemente interrompida por responsabilidades adultas, a fim de ajudar a família a ter condições de uma vida mais digna.

Apesar de todas as dificuldades passadas, Alexsandra pode olhar pra trás e se orgulhar do caminho traçado. “O meu maior objetivo era entrar na Universidade. Fui mais além. Graduei-me e pós graduei. Nunca deixei que as barreiras do preconceito fossem obstáculos. Hoje sou formada em Direito e especialista em Gestão Pública. Dificuldades foram várias mais sempre olhei pra frente, persistente e com resiliência, sabia que conquistaria tudo que quisesse.” 

A servidora fala sobre o avanço e conquistas das mulheres ao longo do tempo. “Nos últimos anos a mulher vem conquistando seu espaço cada vez mais, mesmo com dificuldades, algumas conquistas são notórias e comprovadas com pesquisa, como por exemplo, a conquista de desempenharem profissões que antigamente eram consideradas profissões masculinas. Por outro lado as mulheres ainda são mal remuneradas, mesmo executando a mesma atividade de um homem, ainda ganha menos que ele”, afirma.

Indignada com o aumento da violência contra a mulher, Alexsandra ressalta que mesmo com a criação da Lei Maria da Penha, é importante também a sociedade fazer a sua parte. “É nosso dever como cidadão, principalmente os entes mais próximos da vítima, que notam seu sofrimento, denunciar o caso a polícia. São ações como esta que irão contribuir muito para ajudar essa mulher agredida, que por medo se cala.”

A servidora ainda desabafa. “Sofri muito preconceito por ser de classe humilde, muito preconceito por ser mulher, e lembro-me de passar horas em bibliotecas públicas e também na faculdade, pois não tinha dinheiro para comprar livros e naquela época não existiam os recursos digitais de hoje. Porém nunca desisti.” E deixa uma mensagem para as gerações futuras. “Podemos ser o que quisermos ser! Somos fortes e guerreiras para alcançar nossos objetivos. Ninguém pode nos calar, e ao menor sinal de violência doméstica, denunciem, reajam. Percam o medo. Buscando proteção estaremos lutando pelo nosso direito a vida.”

Redação NES
Redação NES
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