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[DENÚNCIA] Engenheiro aponta suposta “maquiagem” em obra da orla de Amaralina

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“Estão maquiando o problema de estrutura na parte inferior da balaustrada”. Afirmou um profissional de Engenharia sobre a solução dada pela empresa responsável pela obra de requalificação da orla de Amaralina para o comprometimento da ferragem de sustentação da balaustrada na região da praia do “Budião. O fato foi relatado em uma reportagem do NES publicada no dia 13 de julho. Um vídeo enviado à nossa reportagem mostra problemas na estrutura da parte inferior do passeio. Pouco menos de 15 dias depois da denúncia, foi iniciada a “maquiagem” pelo Consórcio Orla Marítima, responsável pela execução da obra.

“O serviço de recuperação da estrutura da parte inferior da laje da balaustrada do passeio, está sendo feito de forma equivocada. Existem erros na execução do serviço e na seleção dos materiais utilizados. Evidencia uma maquiagem. Em um curto espaço de tempo podem aparecer novas patologias a ponto de voltar a fissurar, aumentar a corrosão das armaduras, desplacamento do concreto e reboco naquele trecho. Existe o perigo real do reboco cair na cabeça de alguém.  É necessário realizar a recuperação com uma empresa especializada e seguindo orientações das normas técnicas vigentes. Do jeito que foi feito se durar seis meses será muito. Eles estão querendo enganar, maquiar…”, disse o engenheiro civil que preferiu manter sua identidade em sigilo.

“Esse problema deveria ter sido evidenciado na etapa de concepção do projeto entregue pela empresa contratada. Não sabemos se no escopo de serviço da construtora estava essa etapa de recuperação da estrutura.
Se não foi comtemplado no escopo inicial é necessário que a construtora realize esse serviço e comunique à Prefeitura a necessidade de um aditivo para execução desse novo serviço que não foi contemplado no escopo inicial do projeto.  Após a denúncia do problema eles procuraram dar uma resposta rápida, porém fizeram errado para economizar. A maquiagem custa muito mais barato do que o serviço correto. Na Pituba, por exemplo, derrubaram tudo. A longo prazo, se não for feita a recuperação de forma correta, essa estrutura pode entrar em colapso. Já a curto prazo o que pode acontecer é esse reboco descer.  Qualquer pessoa que tenha a mínima noção sabe que essa recuperação está sendo feita de forma equivocada”, completou o profissional.

Ainda de acordo com o profissional, um outro agravante põe em duvida o serviço de recuperação realizado pela empreiteira: “Eles estão fazendo a maquiagem somente no local em que já existem fissuras ou desplacamento do concreto, entretanto existem outras regiões onde também já existem  ponto de ferrugem na laje e que daqui a algum tempo vai começar a fissurar e desplacar. Nesse lugares eles não mexeram, somente interviram onde o problema está aparente para a população leiga. Daí você vê como a maquiagem está sendo feita”, finaliza.

Nossa equipe entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Infraestrutura, responsável pela fiscalização da obra, mas até o fechamento da reportagem ainda não havia obtido retorno.

Coordenado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), o projeto da nova orla Amaralina-Pituba integra o Programa de Requalificação Urbanística (Proquali), financiado pela Corporação Andina de Fomento (CAF)O valor total investido na reforma foi de R$ 38 milhões.

Tiago Queiroz
Tiago Queiroz
Graduado em Comunicação/Jornalismo, e exerce as funções de Editor e Coordenador de Jornalismo do Portal NORDESTeuSOU

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