Centenas de moradores do Nordeste de Amaralina, bairro popular de Salvador, acompanharam, nesta sexta-feira (22), a quarta edição do “Bloco Fique de Olho! Disque 100”, que alerta a população local para o combate ao trabalho infantil e a exploração sexual de crianças e adolescentes. A iniciativa, da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), tem como objetivo conscientizar os moradores, através de materiais informativos (ventarolas, cartazes, pirulitos, panfletos, etc.), sobre a importância de denunciar as violações de direitos antes e durante os festejos de carnaval.
A ação na comunidade contou com uma diversa participação social. O grupo Viver Melhor, formado por Idosas, os grupos de esporte e de hip-hop, todos do CSU, além do movimento LGBT do bairro, abraçaram a campanha e levaram paras as ruas a mensagem sobre a importância de proteger integralmente crianças e adolescentes nas festas populares de Salvador, especialmente no Carnaval.
“O carnaval do Nordeste começou com pé direito, com o nosso bloco Fique de Olho passando pelas ruas. Isso é muito importante, pois trazemos para a comunidade a reflexão de que, para além do entretenimento, da caminhada lúdica, o tema é sério, e precisamos que todos se envolvam com a causa”, afirmou Andréia Macedo, coordenadora do Centro Social Urbano (CSU) do bairro, equipamento da SJDHDS. Também participaram do bloco no bairro a coordenadora de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos da SJDHDS, Maria Fernanda Cruz, a coordenadora de Juventude da SJDHDS, Sara Prado, além da vice-coordenadora executiva do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-BA), Luciana Reis.
“Tenho um neto de 17 anos que curte a folia do carnaval. Fico muito preocupada com essas violências, sei que acontecem e que estão perto da gente, por isso, faço questão de participar, lutando pela segurança, não só dele, como a de todos os outros jovens da minha comunidade”, disse, animada, Dona Joselita Santos, 71, integrante do grupo de Idosas do CSU.
O trajeto, que saiu do final de linha do bairro em direção ao Sítio Caruano, foi acompanhado com muita alegria e musicalidade. O som das marchinhas de carnaval, entoadas pelo Núcleo de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba) e pelo grupo de percussão da comunidade, o Nova República, chamou ainda mais a atenção de pessoas que circulavam pelas ruas. “A mensagem é simples: lugar de criança é na escola, na brincadeira, na arte e na música. Vamos conscientizar para mudar a triste realidade da exploração”, declarou Silvana Santos, assistente social do Neojiba no núcleo do Nordeste de Amaralina.
Próximo bairro – O bloco faz parte das ações da campanha da SJDHDS “O Trabalho Infantil e a Exploração Sexual não aparecem como esta propaganda”, lançada em 2018 e reforçada este ano, com o intuito de contribuir para o combate das violações contra crianças e adolescentes, principalmente nas festas populares da Bahia. Na próxima terça-feira (26), é a vez do Pelourinho receber a ação, a partir das 14h, com concentração marcada no Elevador Lacerda.