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Jane, moradora da Santa Cruz é a mais nova apresentadora do Sbt/ TV Aratu

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O Nordeste de Amaralina é cheio de grandes talentos em vários segmentos. Pessoas que enaltecem nossa cultura para os quatro cantos do Brasil e fora. Talentos que se destacam na dança, música, literatura, culinária, moda e outros. A cada dia que passa, ganhamos destaques em programas de televisão e em outros espaços. Reconhecimento que é resultado de um povo lutador, de fé e de muito talento. Que driblam as dificuldades da vida com muita persistência, coragem e determinação. 


Um grande exemplo disso é o caso de Jane Santa Cruz. Com sua força, garra e talento tem conquistado o mundo. A cada passo dado, uma nova barreira enfrentada e vencida carregando a essência da nossa gente, da nossa comunidade. Atualmente assume mais um desafio na sua trajetória profissional, se torna uma apresentadora de Televisão do Sbt/ Tv Aratu. Porém, a conquista veio há passos pequenos e com muita luta, garra e determinação. Um sonho que começou quando era pequena, quando ainda não tinha noção de que o destino lhe reservava alçar voos altos. 

Jane, ainda pequena, brincando com seus colegas e vizinhos fundaram um grupo de teatro para se divertir, tais brincadeiras que futuramente lhe possibilitaram um passo na carreira profissional. “Com os colegas da época criamos um grupo, uma espécie de “Clubinho’(risos). Tudo com objetivo de diversão e brincadeiras através da arte. Todos nós éramos crianças. Fazíamos espetáculos de dança, música e celebrações de datas festivas. Era a mais nova da turma, considerada a “café com leite” (risos). Realizamos apresentações do dia das mães, Natal, Páscoa e outros eventos. Tudo apoiado pelos pais e vizinhos”, relembra Jane. 
Com o passar do tempo à menina foi crescendo e ingressou na escola Colombo, que acabou sendo a porta de entrada para a realização de seus sonhos. “Com 7 anos de idade passei a estudar na escola Colombo. Na época foi contratada a professora Gisele para ministrar aulas de dança. Ela que me iniciou no universo da arte e logo depois frequentei o grupo “Arte de Dançar”, na casa dela. Fiz várias apresentações com o grupo. Certa vez ela fez um ato de Natal, que nos apresentamos no Vale das Pedrinhas. Foi uma experiência nova; ser dirigida, memorizar textos, contracenar com pessoas, presença do público. Foi muito gostoso. Na peça fui o anjo”, destaca. 

Com o encanto do novo mundo, Jane, passou a ver um caminho abrindo a sua frente. Caminho esse apresentado pela arte. Um do momento especial vivido e que guarda até hoje, foi quando recebeu a bênção da professora Gisele: “Em uma das conversas com a pró Gisele, resolvi falar sobre a paixão que nutria pelo teatro: “Pró eu amo a dança, mas o teatro me puxa”. Naquele momento ela me concedeu sua bênção. A partir daquele momento comecei meu caminho no teatro mais consciente. Anos mais tarde entrei para o grupo de teatro no SESC. Tendo como meu primeiro grande diretor Natan Marreiro”.

Mas nem sempre foi fácil persistir no sonho e realizá-lo. Um fato quase a fez desistir: “Chegou um determinado momento que minha família precisava mais de mim. Quase deixei a carreira de lado. Precisava de um emprego formal, para ajudar minha mãe. Mas conseguir conciliar. Até que chegou um momento muito decisivo na minha vida quando o Liceu de Artes abriu as suas primeiras vagas para seu primeiro curso de teatro. Minha família incentivou-me a fazer os testes. Curiosamente tinha dentista no mesmo dia. Dividia entre esses dois compromissos, falei: “vou para o ponto do ônibus e o qual passarem primeiro eu pego e vou para o destino do consultório ou fazer o teste”. Passou o Barroquinha. Era o último dia de inscrição, fui uma das últimas. A arte se solidificou na minha vida. Passei. Uma grande escola, com um grande mestre o Luiz Marfuz. Lá encontrei outros moradores da Santa Cruz. Fui selecionada, tive a honra e o privilégio de estar com o escritor e dramaturgo da primeira peça que vi na vida, a peça: Cuida bem de mim. Tiver a oportunidade de ver quando estudava na escola Satiro Dias”, conta Jane.

As surpresas na vida da atriz não pararam por aí. Além de ter a honra de trabalhar com uma pessoa de grande admiração, o destino a reservava uma nova surpresa. “Fiz o “Cuida Bem de Mim”, para minha grande surpresa. Peça na qual foi a primeira que vi na vida. Precisamos acreditar nas pessoas e na força das coisas, pois realmente acontece. Sou muito grata ao Liceu de Arte da Bahia, me formei em interpretação”, diz. 
Jane desejava alçar voos ainda mais altos, sendo um deles era, passar na Universidade Federal da Bahia (UFBA) depois de várias tentativas conseguiu êxito. “As pessoas me desencorajando, pois, os cursos de licenciatura eram mais fáceis de passar por ser de escola pública. Mas meu desejo era cursar interpretação. Na primeira vez, a uma cadeira de entrar. Na segunda, zerei alguma coisa. Mas na terceira recebi no palco do Rio Janeiro com Wagner Moura (um cara que admiro bastante) na plateia. Recebo a notícia pelo diretor que eu e outros colegas de palco, passamos na UFBA. Foi uma festança. Depois desta formação fiz Programa de Iniciação Científica (PIBIC-UFBA) Iniciação Científica com a grande Hebe Alves. Estudando o universo feminino de Nelson Rodrigues. Sou membro e fundadora do Grupo Toca de Teatro e do Grupo de Teatro Panacéia Delirante. Sou do Coletivo Âmbar, rede de Artistas e Produtores Cênicos Latino-americanos, compondo o Núcleo de coordenação e da Delegação Brasileira na rede. Viajei Brasil a fora e ganhando prêmios inéditos com o espetáculo”, relembra. Com o teatro foi aberto novas portas, atraves dele surgiu a ideia de ser apresentadora de televisão. “O teatro abriu as portas para outras linguagens, faço dança, até com o Edivan Nascimento, amizade que surgiu após assistir o “Cuida bem de mim”. Sou produtora cultural, desenvolvo outras funções na área artísticas, cinema, publicidade e agora apresentadora de TV, esse novo desafio”, conclui. 

Programa a A Chave

Produzido pela Têmdendê, série aborda o universo da educação no Brasil por meio do olhar dos professores. Todo o sábado, às 8h, na tela da TV Aratu. São contadas histórias que traçam linhas desde a educação indígena à diversidade de gênero, além de abordar a reinserção de presidiários e os desafios da educação rural. Cada programa vai mostrar a trajetória de educadores, em diferentes localidades, e retratar os desafios, escolhas e rotina dos docentes.

Luis Lago
Luis Lago
Amante da Literatura, apaixonado pelas Letras. Discente de Letras Vernáculas e Língua Inglesa, poeta, escritor , blogueiro, professor e Repórter do site NES.

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