A história do idoso Eusébio Nunes dos Santos, de 90 anos, que aguardava há mais de uma semana uma transferência da UPA dos Barris, onde estava internado, para uma UTI acabou com um trágico desfecho. Eusébio não resistiu e faleceu no início da madrugada dessa quinta-feira (20).
O paciente se queixava de dores e foi levado então ao posto de saúde do Vale das Pedrinhas para fazer avaliação. Devido à complexidade do quadro, foi transferido de imediato, na última quinta-feira (13), para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Barris. Com o agravamento do seu estado, a família foi orientada a lhe transferir para uma UTI onde pudesse ter um atendimento adequado.
De acordo com a família, eles foram informados que o idoso somente poderia ser regulado e transferido para uma unidade estadual após uma avaliação de um médico angiologista da rede municipal de saúde, o que somente ocorreu na última terça-feira (18). De acordo com um familiar do idoso, o médico angiologista orientou que o paciente deveria fazer com urgência a amputação da perna, que já se encontrava em alto grau de necrose.
Com a avaliação e a ficha de encaminhamento em mão, Eusébio entrou na fila da regulação. Nem a sua idade avançada lhe garantiu uma vaga imediata em algum hospital. Na manhã de ontem (19) familiares do aposentado ingressaram com uma ação na Justiça a fim de agilizar a transferência de Eusébio. De nada valeu a luta. “Eusébio Nunes dos Santos teve a sentença de morte decretada e cumprida pelo sistema aniquilador chamado política. Foi torturado e morto na fila da regulação com o aval do Ministério Público juntamente com a Defensoria Pública. Seu único crime: queria viver e continuar comendo sua carne com pirão de água…”, desabafou Alan Santos, neto da vítima.