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Crítica: Restrições ao Lazer nas Favelas e abuso de poder

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O momento de lazer se entende como um espaço de tempo fora das obrigações de trabalho, dedicado à diversão e socialização. No entanto, nas favelas, essas atividades acabam sendo impedidas pelos agentes de segurança. Nós, moradores da periferia, pobres, que ganhamos um salário mínimo a cada trinta dias, somos “obrigados” pela polícia militar a nos recolher quando estamos nos divertindo, pois na estrutura criada pela sociedade, nossos eventos são rodeados pela criminalidade.

A cada festa promovida na comunidade, de uma coisa nós temos certeza: seremos “escoltados” até em casa por aqueles que deveriam garantir nossa segurança. Sim, escoltados! Escoltados pelo abuso de poder, pelo dedo na cara, pela bala perdida, pela bomba de efeito moral, pelo sangue derramado no chão e pelo medo.

O negro, pobre e favelado já sai de casa pensando talvez não voltar. Infelizmente, a maioria da população periférica vive em uma realidade que não garante o acesso a shows e eventos grandiosos da cidade, e a única alternativa são festas com carros de som, promovida pelos próprios moradores, pois o poder público não tem em sua base de prioridades um olhar para as comunidades periféricas como um local de entretenimento, ou pelo menos não o suficiente. Essas festas também são uma fonte de sustento e geração de renda para os empreendedores locais.

Esta crítica não visa impedir o trabalho de ninguém, mas sim garantir que tenhamos espaço e liberdade dentro do nosso próprio bairro, que nos vejam como seres humanos!

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do LAES

Texto: Oliver Almeida

Oliver Almeida
Oliver Almeidahttp://nordesteusou.com.br
Formado em rádio/tv. Produtor por amor, jornalismo com vigor. Artista da dança, pois é o que me mantém vivo. Colaborador do Nordesteeusou e coordenador do Luisanselmoeusou.

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