Na noite do último sábado (21), a equipe do NES recebeu por meios das redes sociais uma denúncia de que a Igreja evangélica Neopetencostal, situada na rua Ipiranga, tem e realizado normalmente os seus cultos desconsiderando as recomendações do poder público de evitar aglomerações. “A igreja funciona no local onde antes era um bar. Tem concentrado nesse minúsculo e abafado espaço, aproximadamente entre 20 e 30 pessoas, dentre elas senhoras em idade de risco e crianças. Nas duas horas de culto realizado, entre 19 e 21h, existem pessoas tendo contato direto, recebendo gotículas de saliva lançadas ao ar através de cânticos entoados e fervorosas pregações, além do contato físico das mãos dadas e abraços de confraternização, ou seja, tudo que OMS considera comportamento de risco da área”, desabafou uma fonte ligada ao NES.
Ainda segundo a denúncia, o fato coloca em risco milhares de outras pessoas. “Enquanto as demais famílias da área mantêm recolhimento necessário para conter o avanço do COVID-19 em nossa comunidade, os encontros no espaço seguem desconsiderando totalmente o estado de calamidade que já nos assombram e mantém nossa rua vazia. Vale lembrar que essa doença não é seletiva, não escolhe corpo para se instalar, porém a desigualdade social que é evidente em nossa comunidade nos coloca ainda mais vulneráveis e desamparados de estruturas que poderiam zelar pela saúde das pessoas nas periferias da cidade, mas como já sabemos, não daria conta. Se cada um de nós não cuidarmos da ética e do senso de coletividade em nossas relações em comunidade, seguiremos cultivando e aumentando o risco dessa epidemia nos atingir violentamente”, repudia.
Lembrando que na última segunda-feira (16), o governador Rui Costa determinou, através de decreto, a suspensão de eventos religiosos, esportivos e culturais com mais de 50 pessoas em todo o estado. Em declaração dada hoje (23), o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), anunciou que publicará um decreto em que suspenderá a realização de eventos religiosos na capital a fim de evitar aglomerações e uma possível transmissão em massa decorrente do novo coronavírus.
A nossa equipe entrou em contato com fies do templo mencionado na reportagem, mas até o fechamento da matéria não se obteve resposta.
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